Viagem by Paulo Junior - Campina Grande e Cabaceiras/PB


Em abril de 2015 desembarquei no estado da Paraíba, tendo como destino final a cidade litorânea de João Pessoa. Mas precisava e desejava, primeiramente, andar na terra aonde ocorre anualmente a maior festa junina do mundo: Campina Grande. Durante os 3 dias, percorri a cidade em busca de lugares interessantes pra conhecer, mas que fossem, sobretudo, lugares que pudessem contar um pouco da sua história, seus costumes e tradições. O tempo foi curto, porém, suficiente pra sentir que a Paraíba é um estado fascinante e que ao ir embora, sentiria saudades. E sinto até hoje. Vem comigo! (Na imagem acima: homenagem à Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro).



Dos lugares que visitei, o que mais gostei e correspondeu com a minha expectativa quanto ao desejo de conhecer um pouco sobre a região, foi o Museu de Arte Popular da Paraíba. Um lugar que abriga 3 alas de exposições que retratam muito bem, os aspectos históricos e culturais através das artes. A música, a literatura de cordel e o artesanato são perfeitamente representados nas alas do museu, o que contribuiu para que eu tivesse uma experiência fotográfica e de aprendizado muito prazerosa. O MAPP também é conhecido como o Museu dos Três Pandeiros, devido às suas formas alusivas ao instrumento musical, muito usado na música regional. Achei muito legal o fato das alas parecerem flutuar sobre as águas, o que faz com que não seja difícil identificar o autor dessa magnífica obra arquitetônica, Oscar Niemeyer, devido as suas curvas e formas geométricas, que conferem uma assinatura arquitetônica única ao seu autor. Me encantei com essa magnífica obra expoente da arquitetura brasileira. Você também vai, vai por mim! 


Fim de tarde e início da noite no lago conhecido como Açude velho, cartão postal de Campina Grande e aonde se localiza o MAPP.


O aconchegante interior da ala dos artesanatos do MAPP, que vai aos poucos revelando à riqueza de seus artesanatos muito bem feitos com os mais diversos materiais naturais, cores e texturas. 


Um passeio encantador pela ala dos artesanatos com os diferentes temas e seus diversos artistas que assinam as obras da exposição. As peças não estão à venda, pois fazem parte do acervo permante do museu.




As lamparinas representadas nas peças artesanais que representam utensílios ainda hoje muito utilizados no sertão. As bonequinhas de pano, coloridas e alegres que retratam o brinquedo tradicional das meninas do sertão.


Destaque para o trabalho criativo e impecável na mistura de cores e materiais


Cores vibrantes garantem um deleite visual.


Pião de madeira muito presente na cultura popular da Paraíba.


A música também está presente em uma ala dedicada à história dos ritmos musicais característicos da Paraíba e seus cantores e músicos.


A ala ainda oferece a oportunidade de mergulhar numa experiência audiovisual. 


A ala dedicada a literatura de cordel é fascinante. Pela primeira pude ver, ler e entender um pouco a sua origem, característica e poética. Essencialmente é a poesia popular impressa em folhetos, lida ou cantada em voz alta. Eu achei bem interessante o costume de pendurá-los em barbantes, cordas ou cordéis. Por isso o nome Literatura de Cordel.



Já conhecia alguns trabalhos de xilogravuras feitos por artistas de Cuiabá, minha cidade. Também pude conhecer, certa vez, em uma unidade do Sesc de Cuiabá, um pouco da técnica de produção das obras, que é antiga e consiste em usar madeira para entalhar desenhos e ressaltar os relevos que serão impressos. Foi muito interessante e gratificante pra mim, a experiência de poder entender e ver que a xilogravura é parte importante e indissociável no contexto dos cordéis. É a comunicação visual e poética, impressa nos folhetos. Foi lindo de ver que a cultura dos cordéis ainda é muito presente na Paraíba e acredito que isso se estende por todo o nordeste. Infelizmente, há muitos lugares no Brasil que permitiram que a sua cultura, a sua história como identidade de seu povo e as tradições, fossem apagadas pelo tempo. Essa é mais uma das características que tornam o estado, um lugar especial pra mim.


Os folhetos antigos expostos para observação no Museu.


No quarto dia já estava na estrada rumo à Cabaceiras. A primeira foto que fiz foi da praça principal, um lugar bem pacato, tranquilo e silencioso. O colorido das casas chamam bastante atenção. Nessa praça, há um restaurante bem simples em que puder provar pela primeira vez o bife de carne de sol, muito comum na região. É uma delícia do qual não me esqueço.


Cabaceiras é bastante conhecida como a "Roliúde Nordestina" devido as produções cinematográficas produzidas no município, como por exemplo essa igreja que foi cenário no filme "O Auto da Compadecida". Tive a oportunidade de conversar com um senhor que mora no município que teve uma pequena participação e que me contou várias histórias da época da gravação. O papo foi um barato!


A típica casa do sertão.


A vegetação que domina essa época do ano são da família dos cactos que existem por toda parte do sertão, assim como pequenos répteis que são facilmente encontrados.


O lugar é incrível com dezenas e dezenas de intrigantes pedras grandes e gigantes bem no sertão da Paraíba. Tive informações que o lugar já foi cenário de filmes e novelas também além de receber turistas de vários lugares do mundo.


A pedra mais conhecida do Lajedo Pai Mateus, a pedra capacete. Logo que cheguei, já pensei: Opa, eu quero uma foto assim.


Paraíba, lugar massa, sim sinhô!
A viagem à Paraíba foi deliciosa, o que me deixou saudades e vontade de um dia voltar. Sabe àquele gosto de quero mais? É esse mesmo! Semana que vem, postarei um pouco do que foi estar num paraíso chamado João Pessoa, o lugar que mais amo nesse Brasil e que sonho um dia viver. 
Janeiro chegando, verão esquentando legal e praia é sempre a melhor pedida para essa época do ano. Aguardem...

Boa viagem e até a próxima!

(Fotos: Paulo Jr)


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